sexta-feira, 1 de outubro de 2010


Pensamento Veloz

A vida corre solta
Mais Veloz que o vento
Mais rápido que ela
apenas o meu pensamento.
Quando chego até ele
Fora para outro lugar
E se tento o alcançar
Retrocede, veloz
Aonde já não quero
Voltar.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Inquietação


Meu peito oprime, minha mente vibra.
Nervos finos, sangue quente.
Imaginação, memória, curiosidade.
Sentidos atentos.
Sempre.
A vida me abraça num abraço de urso.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Longe...


Minha saudade tem cores opacas, entre o azul e o rosa.
E quantos odores contém ela! tantas misturas,
Cheiro de rosa, de fumo, de avó, de feijão cozido...

Lembranças em flash, coloridas,
Um mundo que existe eternamente.

Quebra-cabeça, livro, ambulância, sorvete,

Chuvas fortes, noites quentes..

A saudade que mora em mim tem vida própria,

Vem e vai, como uma onda, e quando vai
Me leva com ela.
Um tempo longe, sempre volto.
Que passado já passou, mas só até esquecer,

E uma nova onda me abraçar e me seduzir
Como as tardes mornas de verão.

E eu me deixar levar novamente pela saudade.

Um mundo de sensações, um mundo livre, longe...

segunda-feira, 9 de junho de 2008


O tempo passou por mim,
Apressado, calado.
Foi tão veloz que nem o senti.
E agora o que consigo ver,
Com expressão muda de espanto
Foram as marcas que ficaram
Do lado de cá do espelho.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Cenário não futurista



O céu tingiu-se de vermelho e ninguém notou

A vida se fez mais dolorida e ninguém se importou

Aviões cruzam o ar, bombas, fogo, morte

Não é mais apenas uma questão de sorte.


As pessoas passam sempre superficiais e apressadas

Pelas nossas televisões, vidas e calçadas

Já não se ouvem pássaros, e nem mesmo a conciência

Já não há mais nada que não seja tecnologia e ciência


A vida agora é isso, dinheiro, ganância, poder...

Tempos de guerra sem tempos de paz

Tempo onde tudo pode acontecer.


E em mim, a tristeza sentida...

Penso no futuro de meu filho que nem virá,

E em toda beleza do mundo para sempre perdida.

quarta-feira, 30 de abril de 2008


Passeio à praça Oscar de Arruda

Ando pelas ruas do passado.
O sol se vai devagarinho
Como devagar também vão os meus passos.
Como é doce chega à praça e ouvir as maritacas
Procurando pouso no alto das palmeiras velhas,
E sentir o aroma das mais diversas flores
Se misturando e formando um perfume único.
Meus olhos no horizonte veêm
A mistura mágica de cores que é o por-do-sol.
E esse conjunto de sentidos e sensações
Preenchem toda minha alma de paz.
A mesma paz que sentimos quando tudo está em ordem.
Quando aceitamos tudo que já passou
E acreditamos que o amanhã será melhor.
Nessa hora chego a acreditar que não estou sozinha
Tamannha a perfeição do momento ( liberdade ).
E alí fico, observando, esperando, sentindo,
Até o sol se pôr por completo.
Então, sei que é hora de voltar...
Ao presente.
Mas no caminho de volta trago
No peito, a saudade travestida de esperança.
( 04/2008 )

segunda-feira, 7 de abril de 2008


A maçã da vida

O ar abafado
O corpo abalado, Calor.

O sol escondido
O corpo estendido, Sabor.

Calor,
Calor do desejo

Calor do teu beijo.

Sabor,
Sabor da maçã mordida
Sabor da vida vivida.
(2003)